Viciado é a puta que pariu!

Li hoje no blog do Roberto Riccio, um desabafo poético que deve calhar muito bem a todos que jogam poker. Certamente todos já sofreram com o preconceito. Está em http://rriccio.blogspot.com/2007/01/post-20-desabafo.html.



Bom, esse preconceito já me gerou alguns transtornos, situações vexaminosas, cenas desagradáveis, discussões, etc., etc., então me permitam esse desabafo também.



O Poker NÃO É UM JOGO DE AZAR, PORRA!!! Será que não dá pra perceber isso? Como caras tipo Doyle Brunson, Phil Ivey, Stu Ungar, Daniel Negreanu, Chris "Jesus" Fergunson, Scot Nguyen, entre outros se mantêm ganhando então? Os caras nasceram com o rabo pra lua? Eles por acaso são "Gastões", o primo do Pato Donald que é extremamente sortudo e tudo dá certo pra ele? Será que se eles jogarem na Loteria ganharão do mesmo modo que ganham na mesa? NÃO! Os caras ganham porque jogam bem demais. E isso não é sorte. Não foi sorte terem nascido bons jogadores, foi muito ESTUDO e TREINO. Assim como um jogador de tênis terá seu rendimento nas quadras rebaixado se não treinar, o mesmo ocorre com um jogador de poker.



E essas mesmas pessoas que nos criticam, fazem cara feia ou têm um medo irracional do poker estão sempre "fazendo uma fezinha" no Bingo, no jogo-do-bicho ou na Mega-Sena (que é um jogo legal, juridicamente falando). Agora me pergunto: o que elas podem fazer para garantir um melhor resultado? Escoher a cartela mais bonita, jogar no palpite do seu sonho, jogar os números que a astróloga lhes indicou? NADA! Não há nada que lhes favoreça nestes jogos. Só a sorte conta. Puro acaso. Mas as suas consciências estão tranqüilas, porque não se envolveram. Entregaram o resultado ao destino e foda-se, seja o que Deus quiser....



Então, no meu caso, tenho estudado. Estratégias, psicologia, matemática, tudo isso tenho procurado focar para tomar as melhores decisões e melhorar o meu jogo. Mas do que me adiantaria a teoria sem a prática. Há um ditado que diz que a prática leva à perfeição. Portanto, tenho procurado praticar sempre que posso, freqüentando as mesas "ao vivo" de baixo buy-in para a qual me convidam e jogando torneios freeroll e Sit-and-Gos na internet. E por conta disso já sou considerado um viciado.... Tenho certeza que se me dedicasse ao xadrez não seria mal visto. Mas, como "ele joga baralho apostando dinheiro", já sou estereotipado, mesmo sendo um cidadão decente, pagador de impostos, pai de família, etc...



Muita das vezes não fazem por mal, mas fazem o mal. Antes de iniciar um julgamente, deveriam dispor dos dados. E os dados que tenho são de que ganho mais do que perco. Uma bad run sempre ocorre. Mas não é por isso, nem pela pressão que vou parar. Não mesmo.



No poker temos vários desafios. Romper a barreira do preconceito é uma delas.



Poker é esporte. Entendam isso.

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